segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Quimeras de outra vida




Sonhos do meu quarto,
Me digam qual a luz existente
Além das janelas da minha prisão?

Surtos de um coração velho,
Me diz o há de belo,
Guardado naquele porão empoeirado,
Em que eu aprisionei os meus desejos mofados?

Supostos espectros rondam.
Vasculham as minhas lembranças.
Queimam na melancolia
Da minha vida vazia.


Quimeras de outra vida
Mergulharam –me na mais pura mentira.
Que quando eu era menina
Diziam que era vaidade minha
E brincavam com a minha ingenuidade.


Corações mortos!
Todos engavetados.
Esquecidos pelos entes queridos.
Mas por mim foram guardados
E lembrados de uma forma dolorosa
Por terem despojado da minha ingênua sabedoria
E me enganado da forma mais sombria.


Todos voltam um dia,
Todos partem pior do que me deixaram outrora.
A minha prisão
É a liberdade da minha sabedoria
Que morreu em uma tarde de agressão.

E hoje eu não esqueço
E não lhe dou o perdão.
Mas aprendi a sorrir com deboche
Para você que duvidou da minha ingênua sorte.

(Melina Murano)

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