terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ENTRE ASPAS



"A mesma verdade que te liberta é a mesma que te aprisiona. E você nem percebe..."

sábado, 20 de novembro de 2010

Jamais escreverei um verso belo...


Jamais escreverei um verso belo...
Eu nasci para empunhar um martelo.
Louca a esfacelar o que já existe?

Mas seja lá o que for eu espero
Que quando o belo verso vier, quero
Que se vá, por já gostar de ser triste.

(Melina Murano)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Quem sou eu?



 
Aquela que te seduz
Com um olhar que ninguém reproduz.
Sou o mar que te conquista
De uma forma egoísta
Para depois te arrastar
E no fundo te deixar
Só em êxtase profundo.

Depois você irá perceber
Que a sua vida está há desaparecer
E no meu mundo você irá habitar
E se perder até desfalecer.

Sou da água e não tenho medo do fundo.
Gosto do obscuro.
Conheço o perigo.
Conheço você...

O meu canto te encanta.
O meu grande rabo te faz estremecer.
Pois sou sereia!
Sou da terra
Mas vivo no mar para te assustar.

(Melina Murano) 

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

POEMA CORPORATIVO


A vida sentimental
Não cabe ao mundo formal.
Resolvi ser fria
Para ser o que eu nunca seria.

Aprendendo a lidar com a vida
Da personagem falida,
Eu escolhi ser uma montagem caida.

Então, quem será EU?
Aquilo que o mercado escolher!
Personalidade pronta.
Características óbvias.
A minha qualificação profissional
Está dentro de uma obra banal.

Hoje existem livros para a vida.
Enquanto deveria ser vida nos livros.
O que se ensina me enche de agonia e arrepios,
Eu fico quieta e sigo as regras
Como um exercito galopando para o nada
E cai em um abismo.

Me vejo sozinha.
Não há amigas!
Tenho como companhia
O frio que corta
A alma morta.

Ouço ruidos apenas,
Digo palavras ao vento
O único som é o eco da minha voz.

Peço socorro!
Ninguem me escuta.
Minha voz fica rouca
E eu nao me escuto mais.

Ouço zumbidos
Vindos do horizonte.
Enxame de abelhas
Invadem a minha vida
Ferem os meus ouvidos
Picam a minha alma.
E descubro que nao tenho mais alma
Só um corpo que
Perambula frio e vazio
Na escuridão corporativa.

Ass: Melina Murano

domingo, 28 de março de 2010


Sinto-me inútil!
Que de tão inutil fui desfalecendo
Pelo campo fútil da minha vida.
Olho a minha volta
E não vejo nada que me importa.
Vivo como um caramujo
Rastejo pelo chão sujo
E carrego a casca da minha casa
Que não me abriga.
Ando lentamente e subo o muro da vida
Com a esperança de chegar lá um dia.
Esqueço dos importunos
E lembro-me dos oportunos.
Sem perceber que ainda carrego a minha casa de casca.
E ao subir no topo
Reparo que ainda sou caramujo,
Mas a sujeira a chuva levou.
(Melina Murano)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sofrer é Aprender




O que a razão diria
Da minha idéia sombria
“Amar com a consciência fria”.

Irei à diante, numa loucura constante!
Respeitarei sua soberania
De me expulsar por covardia, com
Essa idéia de que jamais me amaria.

Com a alma em chamas carreguei insana esperança
Assídua! Eu só te queria.
Sinistros trovões de desejos me derrubariam,
Trancada em minha masmorra eu não escaparia.

Rasgados os meus sentimentos eu já veria
Os seus olhos, hoje sujos, são utopia.
Simbolizam o âmago do desprezo
Ornados com os mais singelos tormentos.

Agora eu já sabia, e a escuridão desapareceria.
Reabitarei as terras do meu íntimo,
Escutarei um pouco da razão,
Sentarei e serei feliz.




Melina Murano =)