quinta-feira, 18 de agosto de 2011

O Cego


Nas  noites de solidão
Eu procuro pelo Cego da escuridão.
Que eu encontrei perdido
Em um pesadelo sem sentido.

Ele me falava das coisas da vida,
Mas não essas que eu vejo
E sim as que eu sinto e temo.

Explicava-me que de tantos desencontros
Se tornou Cego por opção,
Estava cansado o seu coração.
Assim Ele não via mais a injustiça
Mas ainda sentia toda a mentira
Que habitava no seu mundo, e no meu mundo também.

E naquele pesadelo tristonho
Eu sentia um arrepio medonho.
E o Cego me disse que isso
Era só o meu coração
Dizendo pra razão
Que estou ficando cega também.

Agora eu enxergo é com o coração
E me preparo para a grande evolução:
Serei sonho que tenta viver na realidade.
Isso não me trará a felicidade
Mas ajuda a mudar a minha face.

(Melina Murano)

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