sexta-feira, 25 de novembro de 2011

É noite, altas horas da madrugada




É noite, altas horas da madrugada

O gato preto pula no telhado
Passeia pelo escuro
Ronda a procura de um abrigo.

É noite, altas horas da madrugada

O gato preto olha por cima das casas
O seu olhar ilumina, apavora,
Clareia a noite escura
Como uma segunda Lua
Só que no escuro dentro do obscuro.

É noite, altas horas da madrugada

O gato preto caminha por cima das coisas
Silencioso, manso, esperto
Único na madrugada.

É noite, altas horas da madrugada

O gato preto mia para a Lua
Amiga sua, nua,
No seio da madrugada solitária.

É noite, altas horas da madrugada

O gato preto espia a casa
E dorme no telhado molhado
De uma casa abandonada.

É noite, altas horas da madrugada

O gato preto sonha
Com a escuridão
Do seu coração.

Melina Murano

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Melhor ser incompreendido




É bom ser compreendido
Melhor ainda é ser incompreendido.
Julgar sem saber
Falar sem proferir
Escutar sem entender
Repassar sem verdade.

Mentiram o que eu era,
Não sabiam,
E de não saberem me atropelaram.
Atropelaram a vida
O meu direito de viver.
A verdade mais pura:
A minha verdade.

Mas não me perguntaram
Foi  um jogo
Empurra-empurra
Fala-fala
Não escuta-não escuta.

Na verdade não sabiam
Pois não me perguntaram.
Mas chegaram a conclusão
Que verdade não era não.

  

Da minha incompreensão 
Nasceu um disparate
Chamado diálogo.
Cabe a você usá-lo
Certo ou Errado.


(Melina Murano)


domingo, 13 de novembro de 2011

Saudades do mar



Ai! Quem me dera
Em uma noite dessas
Nadar até a praia deserta,
Deitar na areia nua
E cobrir-me com a espuma
Da onda sua.
Olhar o mar a noite inteira
Desejar os beijos seus
E contemplar o sorriso da Lua
E ser eterna sua.
Ouvir o barulho do mar
E escutar você sussurrar
Dizendo que sou seu amor
E em seus braços soados deleitar
E com você acordar
Para mais uma vez amar.
Oh! Mar querido,
Por que está tão distante da minha mão?
E tão perto do meu coração?
 (Melina Murano)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Se eu pudesse ter um sonho



Se eu pudesse ter um sonho qual seria?

Seria enfeitado com o azul do céu
Ou seria com sabor de mel?
Teria flores para perfumar
Ou estrelas para fazê-lo brilhar?      

Ah mas esse sonho teria que ser grande
Como um balão gigante
Que me faria voar pelo infinito
E me sustentaria até o último suspiro.

Um sonho diferente
Incandescente
Para voar de repente
E ser um presente
Em minha vida,
E aqui fazer moradia.

Sonho com esse dia
E seria pura magia
Que enfeitaria
E traria alegria.

Se eu pudesse ter um sonho qual seria?
Definitivamente seriam as estrelas
Não por serem grandes e brilharem
Mas por estarem distantes e voarem no infinito.

(Melina Murano)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Eu escrevi um poema horrível


Eu escrevi um poema horrível
Ele não tinha estrofes e nem versos
Não tinha rima, nem melodia
Não tinha nada de belo.
Tinha só um sonho
Que logo ficou tristonho,
Pois ele era o único motivo
De existir aquele poema horrível.  

(Melina Murano)