terça-feira, 27 de setembro de 2011

Árvore da Vida




Sentada debaixo da árvore da vida
Vejo tudo passar de forma agressiva.
Estou sempre escondida
Esperando você caminhar
Para roubar a sua essência.

Sou entre folha seca e terra vermelha.
Só estou na estrada para mostrar
Que o tempo passa
E deixa  marcas.
A sua raiz está lá trás.
Apenas suas sementes voaram e brotaram em solo firme.

Agora, eu não quero que você desanime.

Vamos siga em frente!
Olhe a paisagem!
Existe um mundo de possibilidades.

Você deve ser perder até se achar.
Para perceber que o que você procurava
Estava, o tempo todo, guardado nas suas raízes.

Então você volta para  sua origem.

Quando você volta
Eu sinto o seu perfume, mas só o seu.
Guardei a sua essência
Que escondia a sua inocência.
E tudo que eu quero é entregar a sua ausência
Para passear eternamente com você
No meu barco de Caronte.

Eu sou a árvore da vida
E escondo a morte retraída.
Você nasce e morre em mim.

(Melina Murano) 



 

sábado, 24 de setembro de 2011

Expectativa






Desejos de um mundo desconhecido
Perturbam o meu coração aflito.
De longe eu me vejo
Escrevendo os versos do desespero.

Esperando o impossível
Estou sempre além do visível
Preocupada com o futuro imprevisto
Vejo a vida do mundo desnudo
Que mora nas razões previstas para condenar.

Condenam os corações sem sorte
Que agonizam por amarem a morte certa
Das entrevistas e dinâmicas sem nexo.

(Melina Murano)

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Segredo



Sim eu tenho um segredo.
Eu guardo a sete chaves .
Não quero que ninguém ache
Esse tesouro que eu escondo com tanto gosto.

Se olhar nos meus olhos verás
Que ele mora nas minhas lágrimas
No meu sonho medonho
Naquele dia chuvoso…

Sim é nos dias nublados que eu o acho.
É no desprazer da minha vida que ele aparece
É na naquele momento de temor extremo.

Esse segredo vive em mim
Esse segredo mata por mim
Esse segredo me mata
Esse segredo me carrega
Esse segredo me leva.

Se o segredo do meu coração
Fosse revelado
Que verdade traria?
O que mudaria?
Seria pura maldade
Revelar algo sem necessidade.

Então eu digo:
Morra em mim e nunca venha a ser realidade.
Pois eu não quero essa verdade
Que não mudaria em nada
A minha triste realidade.

Eu quero viver a mentira
De sonhar que um dia
Esse segredo mudaria a minha vida.
Mas o segredo eu deixo guardado
Para nunca ser revelado.

(Melina Murano)



domingo, 11 de setembro de 2011

Simples Poesia



O que eu mais amo na poesia
É aquele momento que eu não entendo,
É quando eu penso: o que é isso?

Para tudo!
O mundo se desligou.
Meu coração aqui ficou.

Naquela poesia eu mergulhei
E consultei as vidas passadas
Para entender que ela falava
Da coisa mais simples.

Por ser simples demais
Se tornou linda e talhada
Com as pedras mais raras.

Agora ela brilha
E o seu brilho reflete
Nas milhares de lentes
Que a analisam e a tornam sublime,
Não só pelas belas palavras
Mas por terem amado ela.

Minha lente derrete,
Logo a poesia toma outra vertente:
Vai pelo paraíso,
Vai pelo infinito,
Vai para o amor,
Vai para a dor
Daqueles que a julgaram com ardor.

Vai pulsar eternamente.

Um coração com vida dormente
Foi acordado secretamente
Pela vida das estrelas carentes.

(Melina Murano)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Folha Seca



Aquela folha verde
Sofre presa no tronco, indiferente.
O vento suspira, nos seus ouvidos,
As aventuras divinas,
Movidas pelo prazer da liberdade
De voar com  agilidade.

A folha chora pela sua vida inútil.
A mãe árvore entristece
E logo oferece a independência.
O vento assopra
E ela rola pelo chão da ingratidão.

Folha seca, sem vida,
Caiu no chão perdida
Pois a sua fonte de alegria
Se tornou a morte mais agressiva.

Agora voa, sem vida,
Com o vento uivante
Que vendia verdade inverossímil.
Por vaidade se vendeu
Para um aventureiro.

E agora ela sabe
Que não há dor maior
Do que voar seca, sem vida.

(Melina Murano)