segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aquela areia fina




Aquela areia fina
No meio de milhares iguais
Brilha querendo vida
Mas ela não se move
Vai por onde a onda a leve
A espuma a entorpece.

De onda em onda
Ela desliza tonta
Escorrega na viscosidade da vida
E um câncer ela vira.

Sozinha com a dor
Ela vai sem amor
E aos poucos enloquece
Até da vida se esquece
Prefere falecer
Do que continuar a viver.

Fechada no escuro
Esquecida do mundo
Ela se transforma
No mais louco absurdo:

Virou Pérola,
Agora brilha para o mundo.
Até esqueceram
Que um dia foi areia…

Melina Murano

3 comentários:

  1. "Ostra que não sofre não faz pérola"
    Engraçado como um grão de areia - coisa tão fina e por vezes até, insignificante - pode gerar tanto sofrimento. Tanto sofrimento que é capaz de fazer gerar algo tão belo e raro.

    É... como diz Mário Quintanta: "A felicidade bestializa. Só o sofrimento humaniza as pessoas".

    Obrigado por me possibilitar essa reflexão!!!

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