sexta-feira, 20 de maio de 2011

Gemidos de uma noite...



Origem:

Esse poema surgiu no meio da noite. Não podia levantar para acender a luz, meus pés não alcançavam o chão, eu já não podia mais nada. Então toquei a campainha, a enfermeira veio e eu pedi a ela uma caneta e um papel. Ela me trouxe um lápis com a ponta quebrada e um papel rabiscado. E foi assim que eu escrevi em meio ao quarto escuro.



Ouço gemidos

Não tenho força nem pensamentos
Vivo em meio ao tormento.
Quero partir
Seguir sem desistir
Não sei para onde e nem para que
Mas vou andando.
Em pensamentos vou soprando o meu destino.

O soldado me aguarda para a guerra
A guerra não continua sem mim
Em mim vive a guerra
Eu sou a guerra.

Não sou mais amor
Sou só destruição de mim mesma.

Vou arrastando pela noite as minhas correntes.
Me olho no espelho e não vejo nada.
A minha imagem sumiu
Só escuto uma voz
São os gemidos
Que estão perto dos sentidos
Descubro então que são meus
E meus serão eternamente…

Diante da luz escura
Nada se vê
Só se sente.

(Melina Murano)

2 comentários:

  1. me faltam palavras pra descrever... isso sempre acontece quando leio algo que gosto muito...

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  2. Uau amiga!!! voce me surprennde... Bjus

    Anonimo nada é a Di Luz Pockrandt rsrs

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