quinta-feira, 20 de junho de 2013

Somos meros reprodutores




Somos meros reprodutores.

Reprodutores...

Reproduzimos o que sentimos,
O que vestimos, o que ouvimos.
Reproduzimos o que vemos, lemos, conhecemos.

A verdade que nos jogam na cara 
nem sempre é a verdade,
Só reproduzimos.

Reproduzimos a espécie,
a inércia de viver todo dia novo,
todo dia reproduzido no mesmo dia.
A reprodução de forma patética.

Verdade é o que eu quero ver,
nem sempre é o que eu vejo.
Eu escolho minhas verdades,
 Logo, minha reprodução da verdade.

Me chamaram para dançar nessa noite chuvosa, fria e com relâmpagos,
Gosto da tristeza dessa noite,
Reproduz a minha alma nesse silêncio,
Danço sozinha, assim tem sido,
Prefiro que seja assim,

Na mera reprodução do espelho vivo da noite fria
Vejo você sendo levado, lavado, 
para a enxurrada da reprodução da sua estática obra divina.
Reproduzindo, nas milhares gotas de chuva, a sua obra, 
tão reproduzida que já não sabem mais quem a criou
Mas eu vi você dançar naquela noite, 
onde seu surto de sentimento se transformou em partículas de reprodução.
 E hoje ninguém mais sabe o que foi verdade ou ilusão...

Melina Murano

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