domingo, 18 de março de 2012

Sorriso de cachorro


Ao meu cachorro Max

Ele vem dançando
Adorando a minha entrada.
Me sinto um deus
Para essa criaturinha cheia de graça.

E para tudo ele faz festa.
Cada hora é uma alegria.
Tudo termina em folia
E ele vê tudo com muita magia
E me surpreende
Com uma felicidade que contagia.

E se eu estou dormindo?
Ele pula na minha cama,
Lambe o rosto, lambe o que pegar
Nariz, orelha, olho…
E logo leva um  "broncão"
E desce rápido para o chão
E fica chorando baixinho
Mas assim que olho ele abana o rabinho.

E  quando ele pega minha meia?
Sai correndo pela casa na maior felicidade.
E se ele escuta uma mosca?
Tenta pegar abanando o rabinho.

E na hora da comida?
Ele me pede abanando o rabinho.
E se eu esqueço de dar carinho?
Ele me pede fazendo cara de coitadinho
E logo, abana o rabinho.

Ele corre, morde, faz a maior folia
E sempre me conquista com esse sorriso
De rabinho abanando. 

(Melina Murano)


sábado, 17 de março de 2012

No trem



O caminho desse trem é tão triste,
É tão vazio de vida e cheio de pessoas.
Lugar sombrio, morto, esquecido…

Anda o trem, esquece as flores.
No caminho só há pedras, poluição e concreto.
Nesses trilhos velhos de várias vidas mortas
O trem vai e deixa para trás,
O trem vai e vai…

Tudo morre nada nasce,
Caminho sujo e sozinho.
Na estação ninguém me espera.
Ninguém desce, só embarca.
Todos com pressa para a morte
Que os espera no ponto final.

(Melina Murano)

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ainda que


Ainda que o coração
Não toque a terra.
Ainda que a terra
Esteja seca e sem vida.
Ainda que o coração
Tenha apodrecido sem amor
E chorado com sua partida.
Ainda que a terra permaneça vazia.
Ainda que ninguém habite nela.
Ainda que os corações tenham chorado.
Há uma vida escondida nas suas lágrimas perdidas.
Há uma vida esperando por ti.
Há uma vida que sonha para ti.
Estou aqui e não vou partir,
Esperarei por ti.
Serei, ti.

(Melina Murano)


quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia da Mulher



Nesse dia das mulheres
Uma tristeza me invade a alma,
Não sei exatamente se é pela solidão
Ou pela falta de compreensão
Do meu ser que vive em desilusão.

Sinto pelas mulheres que sofrem
Que apanham e morrem,
Que tem câncer e fome.
Meninas pelas ruas
Prostituem o pouco que possuem
Mas o que possuem não é mais delas.

Sofro pelos corações partidos
Por nunca terem amado.
Sinto que tudo isso é falsidade,
Ninguém se importa de verdade.
A beleza do dia não esconde a verdade.
Hoje uma comemoração,
Amanhã a falsidade reina sem piedade.

Nesse mundo oportunista e egoísta
Peço apenas mais amor pela alma feminina.

(Melina Murano)

No Sol da sua presença




Viajei pelo sol
Distante mundo
Onde tudo pega fogo,
Onde tudo é mudo.
Não se fala, só se sente.

A vermelhidão do horizonte
O suor na testa
A quentura no corpo
São a sua presença
Presença que queima em febre
Saltando desejos infinitos.

Os seus raios me chamam
De longe posso te ouvir,
De longe posso te sentir
Suas mãos me trazem a vida
Seu calor me faz delirar.

Mas queima demais
Há feridas na minha pele
Mostrando o quanto
Você me machuca
O quanto me agride
Em demasia loucura.

A vida em você derrete
Nada dura muito tempo.
Você me mata aos poucos
Vou derretendo em você
E  vou morrendo em você
Sumindo nesse mundo sem sentido.

(Melina Murano)