quarta-feira, 4 de julho de 2012

Labirinto em pesadelo




Essa madrugada Sonhei
que estava em lugares de dar medo.
Queria a realidade e não a tinha.
Era sufocante aquele pesadelo.
seria um desgosto morrer
por aquilo que me ordenassem.
Eram máquinas enormes,
eram prisões gigantes,
eram vidas sendo tratadas com desprezo humano,
induzidas a fazerem o que não queriam.
O bom ficou ruim.
O ruim ficou bom.
Eu estava em um labirinto enorme
de regras amordaçadas.
Ninguém se comunicava
só obedecia.
Era a maldade humana,
eram maquinas de maldade,
era a ‘humana máquina da maldade’.
Era a vida dura e penosa
em passos pequenos e torturantes
naquele labirinto de tecnologia.
A grande graça era ser robô.
Era o meu mundo se transformando,
caindo…
Eu era alguém que eu não conhecia.
Minha família era outra.
Meus amigos não existiam.
Eu corria e queria sair desse mundo
mas ele não tinha fim.
Era grande o meu labirinto
e minhas tarefas eram algo sem importância.
O prédio que eu estava ia cair,
eu estava presa não podia fugir,
era ordenado que ficássemos,
era ordenado que morrêssemos.
Eu queria fugir, eu queria sair.
Não podia!
Estava ali para morrer
enquanto vivia sem fazer nada de bom.
Alguém me odiava e andava a me maltratar.
Alguém não me queria e resolveu me matar.
Eu queria, nesse pesadelo, morrer assim acordaria.
Mas não foi possível pois quando morri
e acordei, percebi que morava nessa angústia.

Melina Murano

Um comentário:

  1. Quanta sensibilidade... Lindo poema. És uma grande poetisa!! Do amigo anônimo...

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