segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Espelho inverso



Surpreendentemente a vida fez-se retrato
E o meu retrato já não era mais meu.
A criança que em mim mora
Tornou-se uma velha torta,
Toda vez que me olho no espelho.

E aquela velha ri
Das coisas que perdi
E debocha da minha vida
Dizendo que tudo não passa de melancolia
E os meus sonhos viraram anomalias

E grita da mentira que vivo
E me diz que nada disso faz sentido
Pois como pode alguém se aprisionar
Dentro da própria F-E-L-I-C-I-D-A-D-E.

Feitiços
Estranhos
Libertam
Incógnitas
Criaturas
Ignoradas.
Divindades
Amordaçadas
Dizem:
Esperança.

-Melina Murano- 

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