quarta-feira, 29 de junho de 2011

Que Deus permita





Que Deus permita que eu não abra a boca.
Que eu saiba escutar sem refutar.
Com a mesma lâmina que te corto
Estanco a ferida
Que jamais cicatrizará
mas permanecerá eternamente
Em coagulo de sangue.

Minhas palavras são a guilhotina
que amputam os seus sentimentos
Te atormentam em demasia
E estouram em melancolia.

Sou uma lâmina afiada
E não perdoo sua mentira afinada
E afio as minhas palavras
Para usá-las em sua desgraça.

Mas que Deus. Apenas o bom Deus
Pode me impedir de usar
A afiada verdade que te mata
E te deixa cortada pela metade.

(Melina Murano)

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