segunda-feira, 23 de julho de 2012

Resposta a um amigo



Posso responder em tristeza?
Se perdi minha alma
Em algum suspiro da vida…
Talvez fosse verdade,
Talvez fosse só ilusão…
Não sei, não!
Só sei que ela está calada
Não quer falar…
Não tenho culpa.
Um dia ela vai falar
E voltaremos a andar juntas.
Ou talvez eu tenha esquecido de mim…
Haverá mesmo algum pensamento
Sobre essa alma que se foi?

Melina Murano

terça-feira, 17 de julho de 2012

A vida é cheia de surpresas



A vida é cheia de surpresas
Uma hora você vai se arrepender
Vai chorar até não entender
Vai querer e não vai poder.

A vida é cheia de surpresas
Uma hora o fôlego vai faltar
As suas energias vão esgotar
E você vai querer gritar
E o ar não virá.

A vida é cheia de surpresas
Uma hora você vai estar
Em um lugar qualquer
E aquele sorriso vai ter dominar
E você estará feliz sem pensar
Em um segundo tudo pode mudar.

A vida é cheia de surpresas
Você sabe a hora certa de atirar
Só não sabe a hora certa de calar.
E tudo pode acontecer sem pressa.

Isso ainda vai te surpreender
Em uma noite quente
Nos seus ouvidos carentes
Eu estarei aí para fazer você sorrir.
E juntos vamos subir para o céu
Dos nossos sonhos sem fim.

Melina Murano

domingo, 8 de julho de 2012

Palavras na madrugada



A meia noite
Escuto um murmúrio,
Alguém falou
A voz vazou,
As palavras que chegam até mim
Não são nítidas
Estão corroídas com o tempo
E o espaço entre elas é grande.
Escuto algumas palavras claras,
Outras estão escuras
E dentro de mim algo pergunta:
-O que será que esse coração chora?

O sono invade-me a alma
Embriago-me com aquelas palavras
Durmo e sonho com aquela voz falando… chorando…
E cada vez mais me perturbando e sofrendo.

Acordo nas altas horas da madrugada
E aquela voz ainda insiste em falar
Fala cada vez mais alto.
Na calada da noite tudo fica nítido.
E agora já posso ouvir com perfeição
Essa voz que fala na solidão
É só o meu coração.

Melina Murano

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Meu mundo sem fim




Sonhos vazios em meio a madrugada mórbida.
Perdi, ganhei, chorei,
Nunca me esqueci
Daqueles dias antes de partir.
Sussurrei para o vento mil desejos
Espalhei o meu aroma em todos os cantos
Sonhei, falei, perdi...
Tudo sei  foi,
Até mesmo aquele abraço eterno.
Se olho para trás não vivo.
Não vejo mais, não quero mais.
Existe algo além da montanha
Que eu não vejo
É para lá que eu vou!
Rumo ao desconhecido,
A vida é feita de desafios
A caminhada é sempre longa
Talvez eu nunca chegue ao fim dessa imensa montanha
Talvez eu morra antes, talvez o mundo pare antes…
Mas um dia eu não poderei dizer
Que nunca tentei...
Tentar é melhor do que desistir
Desistir é mais fácil
Mas quem disse que eu sou fácil?
Gosto de desafios, obstáculos
E gosto de sentir medo.
Sou assim: fui feita para um mundo sem fim.


Melina Murano

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Labirinto em pesadelo




Essa madrugada Sonhei
que estava em lugares de dar medo.
Queria a realidade e não a tinha.
Era sufocante aquele pesadelo.
seria um desgosto morrer
por aquilo que me ordenassem.
Eram máquinas enormes,
eram prisões gigantes,
eram vidas sendo tratadas com desprezo humano,
induzidas a fazerem o que não queriam.
O bom ficou ruim.
O ruim ficou bom.
Eu estava em um labirinto enorme
de regras amordaçadas.
Ninguém se comunicava
só obedecia.
Era a maldade humana,
eram maquinas de maldade,
era a ‘humana máquina da maldade’.
Era a vida dura e penosa
em passos pequenos e torturantes
naquele labirinto de tecnologia.
A grande graça era ser robô.
Era o meu mundo se transformando,
caindo…
Eu era alguém que eu não conhecia.
Minha família era outra.
Meus amigos não existiam.
Eu corria e queria sair desse mundo
mas ele não tinha fim.
Era grande o meu labirinto
e minhas tarefas eram algo sem importância.
O prédio que eu estava ia cair,
eu estava presa não podia fugir,
era ordenado que ficássemos,
era ordenado que morrêssemos.
Eu queria fugir, eu queria sair.
Não podia!
Estava ali para morrer
enquanto vivia sem fazer nada de bom.
Alguém me odiava e andava a me maltratar.
Alguém não me queria e resolveu me matar.
Eu queria, nesse pesadelo, morrer assim acordaria.
Mas não foi possível pois quando morri
e acordei, percebi que morava nessa angústia.

Melina Murano