Somos meros reprodutores.
Reprodutores...
Reproduzimos o que sentimos,
O que vestimos, o que ouvimos.
Reproduzimos o que vemos, lemos, conhecemos.
A verdade que nos jogam na cara
nem sempre é a verdade,
Só reproduzimos.
Reproduzimos a espécie,
a inércia de viver todo dia novo,
todo dia reproduzido no mesmo dia.
A reprodução de forma patética.
Verdade é o que eu quero ver,
nem sempre é o que eu vejo.
Eu escolho minhas verdades,
Logo, minha reprodução da
verdade.
Me chamaram para dançar nessa noite chuvosa, fria e com relâmpagos,
Gosto da tristeza dessa noite,
Reproduz a minha alma nesse silêncio,
Danço sozinha, assim tem sido,
Prefiro que seja assim,
Na mera reprodução do espelho vivo da noite fria
Vejo você sendo levado, lavado,
para a enxurrada da reprodução da sua
estática obra divina.
Reproduzindo, nas milhares gotas de chuva, a sua obra,
tão reproduzida
que já não sabem mais quem a criou
Mas eu vi você dançar naquela noite,
onde seu surto de sentimento se
transformou em partículas de reprodução.
E hoje ninguém mais sabe o que
foi verdade ou ilusão...
Melina Murano
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