E o que odeio na vida?
É quando perco a audição
Não escuto palavras vazias.
O meu olhar está seco
Como uma flor do deserto
Um cacto ferido dos espinhos meus.
Meu falar já não fala.
Minha voz sem a canção
Que cantou outrora com vigor e entusiasmo.
Meu consciente é insano
Meus pensamentos são folhas velhas
De um diário abandonado.
Os meus sonhos navegaram com um barco de papel
E na primeira tempestade naufragaram
E morreram no esquecimento.
Estou morta?
Não!
Estou viva?
Também não!
Perambulo insípida e oca no presente
Que me alucina e definha no instante que passa.
Sou aquela lenda esquecida
Que um dia sonhou que ganharia vida
E morreu no relento
Por não ter olhado para o futuro.
Sou a casca da lagarta que saiu para a vida
E eu fiquei velha e esquecida
Não por terem esquecido de mim
Mas por eu ter esquecido de mim mesma.
Na vida o que eu mais odeio sou eu.
Melina Murano
Sensibidade e Profundidade, caraca, esse é um poema de alguem que olhou pra dentro de si, acabei de postar uma frase de Loul: Praticar a Filosofia significa explorar o seu universo interior. <---creio tenha tudo a ver com seu texto!!!
ResponderExcluirAmo a paixão com que tu escreves...
Beijus
Di
Oi Di,
ResponderExcluirQue bom que gosta do que eu escrevo =]
A frase tem a ver com o poema sim.
Bjus da Mel.