Existe um “eu” que não se mostra, que não se escuta, que não se vê e ele dorme dentro de mim. Mas às vezes ele acorda e se discorre em poesia (se é que posso chamar assim). Às vezes eu acho que não me conheço…
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
POEMA CORPORATIVO
A vida sentimental
Não cabe ao mundo formal.
Resolvi ser fria
Para ser o que eu nunca seria.
Aprendendo a lidar com a vida
Da personagem falida,
Eu escolhi ser uma montagem caida.
Então, quem será EU?
Aquilo que o mercado escolher!
Personalidade pronta.
Características óbvias.
A minha qualificação profissional
Está dentro de uma obra banal.
Hoje existem livros para a vida.
Enquanto deveria ser vida nos livros.
O que se ensina me enche de agonia e arrepios,
Eu fico quieta e sigo as regras
Como um exercito galopando para o nada
E cai em um abismo.
Me vejo sozinha.
Não há amigas!
Tenho como companhia
O frio que corta
A alma morta.
Ouço ruidos apenas,
Digo palavras ao vento
O único som é o eco da minha voz.
Peço socorro!
Ninguem me escuta.
Minha voz fica rouca
E eu nao me escuto mais.
Ouço zumbidos
Vindos do horizonte.
Enxame de abelhas
Invadem a minha vida
Ferem os meus ouvidos
Picam a minha alma.
E descubro que nao tenho mais alma
Só um corpo que
Perambula frio e vazio
Na escuridão corporativa.
Ass: Melina Murano
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