segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O livro da vida



O livro está aberto,
Linhas esperam para serem escritas,
Novos diálogos, novas formas
Tomam vida naquela história
Tudo era solto, tudo ia com o vento
Tudo reluzia soando novas harmonias.
A vida sempre respira novos contos
Mas aquela crônica não tinha chegado
Ao desfecho e já terminara com ares de desgraça.
O livro se fecha a história acaba.
E fica um romance no ar
terminou antes de acabar
o mocinho nem beijou a mocinha
e os dois já se odeiam.
A historia acabou antes de acabar
E o livro espera para ser escrito novamente.
Novos contos, surpresas, tristezas, alegrias
E  paixões estão sempre no ar...

Melina Murano

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Sina




Coração confuso,
Difuso fardo.
Não é por acaso
Que ficou perdido
Escondido na caverna
Eterna da minha vida.
Na sina vivida
A despedida
É sempre dolorida.
Nas lembranças
Confusas,
Você sempre de costas
Estranha maneira de me olhar
Vulgar, sem amar.
Amando sem sonhar.
Sonhando a voar
Estou eu, sozinha.
Neblina na vida
Ruína as esperanças...
Tudo sonho
Tudo desejo
Tudo vazio...
Era só o meu coração
Dizendo que precisa de paixão correspondida...

Melina Murano

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Dever




Eu deveria lutar
Eu deveria ganhar
Eu deveria cair e levantar
Eu deveria sonhar
Eu deveria acordar
Eu deveria fantasiar e realizar
Eu deveria comprar
Eu deveria pagar
Eu deveria errar e depois acertar
Eu deveria correr
Eu deveria ultrapassar
Eu deveria viver a superar
Eu deveria continuar
Eu deveria vencer
Eu deveria jamais perder
Eu deveria... eu deveria...
São tantos deveres para viver a vida,
Mas eu, apenas, deveria...

Melina Murano

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Somos meros reprodutores




Somos meros reprodutores.

Reprodutores...

Reproduzimos o que sentimos,
O que vestimos, o que ouvimos.
Reproduzimos o que vemos, lemos, conhecemos.

A verdade que nos jogam na cara 
nem sempre é a verdade,
Só reproduzimos.

Reproduzimos a espécie,
a inércia de viver todo dia novo,
todo dia reproduzido no mesmo dia.
A reprodução de forma patética.

Verdade é o que eu quero ver,
nem sempre é o que eu vejo.
Eu escolho minhas verdades,
 Logo, minha reprodução da verdade.

Me chamaram para dançar nessa noite chuvosa, fria e com relâmpagos,
Gosto da tristeza dessa noite,
Reproduz a minha alma nesse silêncio,
Danço sozinha, assim tem sido,
Prefiro que seja assim,

Na mera reprodução do espelho vivo da noite fria
Vejo você sendo levado, lavado, 
para a enxurrada da reprodução da sua estática obra divina.
Reproduzindo, nas milhares gotas de chuva, a sua obra, 
tão reproduzida que já não sabem mais quem a criou
Mas eu vi você dançar naquela noite, 
onde seu surto de sentimento se transformou em partículas de reprodução.
 E hoje ninguém mais sabe o que foi verdade ou ilusão...

Melina Murano

domingo, 2 de junho de 2013

Amar, verbo invisível





Em cada tentativa para te esquecer

Eu te encontro mais.

A força do amor

Revive em cada desencontro.

Você não está,

Mas meu coração insiste

Em te procurar.

Você nunca irá entender a minha razão para te amar,

Na verdade, nem eu sei...



Somos duas peças de um quebra-cabeça,

E as peças já não existem mais.

Está incompleto, estamos incompletos,

Separados pelas peças que não se encaixam,

Que se perderam,

Que envelheceram

De tanto te procurar.

Mas somos ímãs,

Mesmo sem peças, nossos corpos estão de encontro.



Cruzamos a linha do invisível

Para nos tocarmos.



Perdido no espaço você está.

Longe, no horizonte, meu coração pulsa por você.



Melina Murano