quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Desvantagem?




A grande desvantagem da minha vida
É ter nascido nessa classe desfavorecida.
Fui sempre mais uma gota d’agua no oceano
Aquele pingo de chuva insano
Aquela vida que nasceu por engano…

Sempre presa em um futuro indiferente.
O meu destino é desumano.
E ainda tenho que ficar contente
Com todas essas migalhas aparente
Que eu recebo da sociedade mundana.

Mas nada disso me engana
Todo mundo gosta mesmo é de grana.
E por isso todos correm para o lado contrário
Eu sigo o inverso sem comentário.

Todos querem  um horário para chegar.
Eu quero uma hora para me perder
Alguém para poder falecer
Quero poder morrer só também.

Quero ouvir as vozes do além
Dizendo que eu fui com desdém
E me glorificam por eu ter ido sem dar amém
A essa vida desmerecida,
não por mim, mas por milhares de outros iguais…

Mas cá estou.
Sem opção eu vou vivendo
As amarguras desse destino horrendo.

Toda essa indiferença  profana
Me fez ficar rica por engano.
Rica do avesso.
Sem dinheiro aparente.
Mas vivo com a realidade
Na minha face
Sem disfarce.
Andamos juntas,
Ela me persegue
Eu a observo
Mas não a quero
Ela tampouco me deseja
Vivemos em um jogo de interesses desinteressantes.

Assim é a realidade
Ela não tem face
Mas Todas as faces são sua
Ela não quer nenhuma
Logo se desinteressa
E alguém fica na amargura.

(Melina Murano)

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